Coluna Educação Inovadora

Como o ensino híbrido pode contribuir com o retorno das aulas presenciais

O ensino híbrido recebe esse nome por mesclar aprendizagem de maneira presencial (que pode ser off-line) e online. A metodologia contempla alguns modelos; entre eles, podemos citar rotação por estações, rotação individual, laboratório rotacional e a sala de aula de aula invertida, modelos que visam mesclar a aprendizagem, aprofundar debates e personalizar o ensino. Vamos conhecer de maneira breve esses modelos.

A rotação por estações visa mesclar estações de trabalho a partir de um tema central ou roteiros personalizados (por exemplo, “o meio ambiente”). Em cada estação, o aluno terá a oportunidade de se aprofundar sobre o tema, como aquecimento global, descarte de lixo, oceanos etc. É importante que uma atividade seja realizada online. A rotação individual funciona de maneira similar, só que individualmente.

O laboratório rotacional visa mesclar o espaço da sala de aula e o espaço do laboratório que possui conexão com o mundo online, como plataformas e programas. A sala de aula invertida traz a oportunidade de antecipar fatos tendo acesso a diversos conteúdos para que a sala de aula seja um momento para debates e reflexões, visando colocar o aluno no centro do processo de aprendizagem.

Por todo o exposto, o ensino híbrido pode contribuir com o retorno das aulas presenciais por possibilitar mesclar a aprendizagem, analisando o melhor modelo que se encaixe com as aulas presenciais, que já sabemos, que deverá haver um rodízio entre os estudantes no momento presencial e nas aulas mediadas por tecnologia.

Agora que conhecemos um pouco sobre o ensino híbrido e seu potencial para a aprendizagem, seguem algumas dicas para você experimentar o ensino híbrido. Vamos juntos?!

  • Ensino híbrido. A metodologia pode ser adaptada conforme a necessidade; o importante é ter a oportunidade de experimentar e criar uma nova rotina que permita a autoria, o protagonismo e a personalização do ensino.
  • Permita-se. Como tudo a que não estamos habituados, pode parecer que dará um pouco mais de trabalho levar o ensino híbrido para as aulas, mas os resultados são incríveis. É preciso dar o primeiro passo para uma educação que proporcione ao estudante participar de maneira ativa da construção do seu aprendizado e a oportunidade ao professor de mediar esses conhecimentos, combinado a educação com novas tecnologias em busca de uma aprendizagem contínua.
  • Cuide do tempo. Ao trabalhar com alguns modelos, é necessário cuidar do tempo para que a aula não se torne cansativa. Assim, dê preferências a vídeos curtos, pesquisas com roteiros e atividades que tenham o envolvimento dos estudantes.
  • Valorize o momento das aulas. Na sala de aula invertida, é importante produzir materiais para que os estudantes possam acessar fora do ambiente escolar. Pensando também no momento de reflexão e nos encontros das aulas, produza exercícios que estimulem a interação da sala e que fortaleçam a relação com o professor.
  • Comece simples. Leve para a sala de aula plataformas conhecidas e atividades simples, para que os estudantes e professores possam se habituar ao novo. Utilize aquelas que são conhecidas e, quando for produzir materiais, coloque em locais que são acessíveis aos estudantes, como grupos de WhatsApp. Esses detalhes fazem toda a diferença.
  • Promova a interação. Envolva os estudantes em ações que incluam interação, como atividades mão na massa, audiovisuais e roteiros personalizados, em diferentes canais de conteúdos, como games, filmes e podcasts, entre outras possibilidades que permitam a interação com os colegas, discutindo conceitos e ideias, agindo de maneira ativa na construção da sua aprendizagem.

São inúmeras alternativas, que já podem ser colocadas em prática (mesmo diante deste cenário emergencial), adaptando conceitos e permitindo-se aprender no processo, em busca de uma aprendizagem que seja significativa e traga personalização ao ensino.

Um abraço e até a próxima!

Sobre o(a) autor(a)

Artigos

Formada em Letras e Pedagogia, com especialização em Língua Portuguesa pela Unicamp, Débora é Mestra em Educação pela PUC-SP e FabLearn Fellow, Columbia, EUA. Professora da rede pública, idealizou o trabalho Robótica com Sucata, que se tornou uma política pública. É coordenadora do Centro de Inovação da Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo. Atualmente, assina a coluna Educação Inovadora no blog Redes Moderna e é autora do livro Robótica com sucata (Moderna, 2021).