Coluna Educação Inovadora

A vez da Educação 5.0

O termo Educação 5.0 é uma evolução natural da educação 4.0, advinda da revolução industrial. O termo ganhou força com abordagens inovadoras, como as metodologias ativas e a cultura maker, que são porta de entrada para o trabalho com as tecnologias que podem ir desde a programação, robótica com materiais estruturados ou não, IoT (internet das coisas), entre outros.

As mudanças sempre causam uma certa incerteza, principalmente quando falamos de Educação, já que muitos processos estão condicionados à infraestrutura, conectividade, tecnologias, mas quero desmistificar que não é bem assim!

Para inovar, podemos e devemos começar de diversas maneiras, levando o simples para as aulas remotas e híbridas, inovando e flexibilizando o currículo ao trazer elementos “mão na massa”, abordagens ativas e suas diferentes modalidades para dentro do processo de ensino-aprendizagem.

A educação 5.0 está relacionada aos anseios da sociedade. O conceito surgiu no Japão em 2016, e o objetivo principal foi utilizar a tecnologia para melhorar a qualidade de vida das pessoas, com a preocupação de trabalhar as habilidades socioemocionais ao possibilitar que recursos tecnológicos, como a robótica e a inteligência artificial, tão presentes no nosso dia a dia possam ser integrados de forma mais humanizada.

Parece algo muito abstrato e distante de nós, mas na verdade, está mais presente do que imaginamos! Basta analisarmos nossa relação com serviços diversos; um exemplo é o banco, alguns com inteligência artificial que vem crescendo e aprendendo diariamente conosco. No entanto, isso necessita ser vivenciado com cautela e com objetivos claros, já que nada substitui a vivência e o contato com o outro.

Outro exemplo prático do uso da tecnologia pensada no bem-estar social são as cidades inteligentes. Elas usam tecnologia para aumentar a qualidade, desempenho, interatividade de serviços urbanos, pensar em sustentabilidade e economia circular. Nessas cidades, tudo é planejado e conectado e as políticas públicas podem identificar problemas com maior velocidade e mais eficiência. O cidadão sai de papel de passivo para ativo, contribuindo com informações e resoluções de problemas.

Levando para a sala de aula

A Educação 5.0 passa por todos os pilares da Educação 4.0, com o acréscimo de olhar para a aprendizagem ativa, colaborativa, em que o professor(a) é o mediador(a) de conhecimento e o estudante se torna o centro do processo de aprendizagem ao exercer o protagonismo juvenil, com o pensamento empreendedor e na busca constante de resoluções colaborativas de problemas que estejam conectadas a habilidades socioemocionais.

A escola tem modificado o seu papel, de passiva para ativa, e isso envolve não somente a comunidade escolar, mas o território educativo, com base no estímulo e no desenvolvimento de competências, habilidades e da flexibilização do currículo, através do exercício da:

  • Colaboração
  • Pensamento crítico
  • Comunicação
  • Criatividade
  • Adaptabilidade
  • Persuasão
  • Inteligência Emocional
  • Empatia
  • Resiliência
  • Relacionamento interpessoal
  • Gerenciamento de conflitos
  • Resolução de problemas reais
  • Amabilidade
  • Protagonismo juvenil
  • Inserção de tecnologias sociais

O desenvolvimento da Educação 5.0 está relacionado a atitudes, em que o território educativo pode se desenvolver através do uso de metodologias ativas e de modalidades que façam parte da realidade do projeto político pedagógico, como projetos integradores, em que os estudantes passam a contribuir na identificação e solução de problemas e na aplicação de problemas usando as diferentes áreas de conhecimento, mas tendo a oportunidade de ao mesmo tempo vivenciar as habilidades emocionais e a tecnologia como propulsora ao processo de ensino-aprendizagem.

Apesar de o termo assustar, ele deve estar presente no cotidiano das unidades escolares, prezando pela personalização do ensino e pela equidade!

Um abraço,

Sobre o(a) autor(a)

Artigos

Formada em Letras e Pedagogia, com especialização em Língua Portuguesa pela Unicamp, Débora é Mestra em Educação pela PUC-SP e FabLearn Fellow, Columbia, EUA. Professora da rede pública, idealizou o trabalho Robótica com Sucata, que se tornou uma política pública. É coordenadora do Centro de Inovação da Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo. Atualmente, assina a coluna Educação Inovadora no blog Redes Moderna e é autora do livro Robótica com sucata (Moderna, 2021).