Coluna Educação Inovadora

Como superar os desafios da aprendizagem e do ensino híbrido

É certo que teremos um longo caminho para a recuperação do processo de aprendizagem, ocasionado pela pandemia da COVID-19 e temas que estavam sendo debatidos anteriormente à pandemia ganharam notoriedade e a necessidade de inserção na educação.

Um deles sem dúvidas é a consolidação da modalidade híbrida, por todos os benefícios e contribuições com o ensino em frentes importantes!

A primeira modalidade é a mescla da aprendizagem presencial e o escalonamento dos estudantes, para manter os protocolos de higiene e segurança necessários a este momento, prevendo rodízios e aulas remotas, respeitando o ritmo de aprendizagem na busca pela personalização do ensino.

A segunda medida visa contribuir com o processo cognitivo e a recuperação da aprendizagem, aumentando a jornada de estudo dos estudantes com atividades que podem ocorrer no contraturno das aulas e no formato remoto.

A primordial característica das metodologias ativas é oportunizar ao estudante estar no centro do processo de aprendizado, tornando o ensino personalizado através das suas modalidades e de ações que respeitem os diferentes tempos e ritmos cognitivos. Além do mais, essa forma de abordagem estimula o trabalho a partir de resolução colaborativa de problemas que contribui para o desenvolvimento de habilidades e competências, como: o pensamento crítico, a criatividade, cooperativismo, autogestão, autocuidado e o protagonismo juvenil.

Assim, umas das principais contribuições das metodologias ativas na educação é no desenvolvimento da dimensão cognitiva e socioemocional dos estudantes ao fazer que troquem, compartilhem e exponham opiniões, lidando com emoções, frustrações e aprendendo a lidar com a diversidade.

Superando desafios

São muitos os desafios a serem superados, que partem desde a garantir infraestrutura e conectividade, mas uma nova cultura de pertencimento e de inclusão à nossa Educação. A seguir, vamos conversar um pouco sobre os desafios e forma de superá-los.

Infraestrutura e conectividade

Esse sem dúvida é um dos maiores desafios da nossa educação, em que se fazem necessários investimentos e políticas públicas que minimizem impactos e que visem melhorias no processo de ensino-aprendizado.

É preciso que as redes de ensino realizem uma avaliação diagnóstica e o nível de adoção em tecnologias que prevê dimensões do uso das tecnologias (em visão, infraestrutura, recursos digitais e formação) e níveis a serem alcançados (básico, intermediário e avançado) e a partir disso realize um planejamento de ações contemplando reduzir os impactos aos estudantes mais vulneráveis.

A inspiração em cases de sucesso contribui para novos caminhos. Estudos recentes realizados pela Varkey Foundation e a British Council, traz o impactos das escolas fechadas e boas práticas nos países da América Latina servindo de aprendizado para este momento.

Plataformas adaptativas e trilhas avaliativas

Outro aspecto importante é a inserção de plataformas adaptativas, que permitam que os estudantes se engajem com as atividades e se interessem em realizá-las. Sabemos que a pandemia trará consequências como a evasão escolar; criar incentivos e formas de evitar que isso ocorra é primordial neste momento.

Outro aspecto é o investimento na gamificação, que traz um grande envolvimento dos estudantes através da experiência de jogos, estimulando-os e motivando-os a serem críticos, trabalhar com o raciocínio lógico, além de inserir o lúdico nas aulas.

As trilhas avaliativas devem ter o foco no percurso formativo que contemple o processo avaliativo, para que o professor tenha como tomar decisões, e possa interferir e rever as rotas do processo pedagógico. Este é um bom momento para rever processos e investir em portfolios e rubricas que contribuam com a prática docente.

Engajamento dos estudantes

Um dos pontos fortes do ensino híbrido é manter os estudantes engajados, para isto o foco deve estar na integração e articulação do currículo, através de projetos integradores e abordagens ativas e na diminuição de modelos expositivos, que deixam os alunos no papel passivo.

As modalidades do ensino híbrido são essenciais para envolver os estudantes, através de dinâmicas, como sala de aula invertida, laboratório rotacional ou estações por rotações, entre outras. Lembre-se que toda regra pode ser adaptada!

Formação Docente

É essencial que toda mudança venha sempre acompanhada de formação docente. O professor precisa ter a oportunidade de vivenciar as metodologias ativas, ensino híbrido e o seu papel dentro desse processo.

Para atuar neste modelo, o professor precisa experimentar novos modelos e realizar troca entre seus pares. A formação é parte do processo, que contribuirá para a superação de desafios, avanços de novos modelos na educação, prezando pela integralidade, qualidade, equidade e personalização do ensino.

Um abraço,

Sobre o(a) autor(a)

Artigos

Formada em Letras e Pedagogia, com especialização em Língua Portuguesa pela Unicamp, Débora é Mestra em Educação pela PUC-SP e FabLearn Fellow, Columbia, EUA. Professora da rede pública, idealizou o trabalho Robótica com Sucata, que se tornou uma política pública. É coordenadora do Centro de Inovação da Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo. Atualmente, assina a coluna Educação Inovadora no blog Redes Moderna e é autora do livro Robótica com sucata (Moderna, 2021).