Coluna Educação Inovadora

O design thinking na Educação

O design thinking é uma abordagem investigativa usada na busca de solução de problemas. Para a educação, esta metodologia pode trazer diversos benefícios, entre eles o desenvolvimento de habilidades e competências como a colaboração e a empatia em que o estudante participa ativamente do processo cognitivo.

A abordagem do design thinking parte da premissa de que precisamos nos desenvolver em nossa integralidade, almejando objetos individuais e em grupos. Nesta metodologia, não existe apenas uma forma correta de aplicá-la e é um equívoco imaginar que sua aplicação ocorre apenas por papéis coloridos. Ela vai além, exercitando questões mais profundas, fazendo que o foco do estudante esteja no centro ao encontrar soluções.

As etapas contemplam dinamismo, envolvimento e pertencimento, ao propor novas abordagens e um redesenho das aulas. A prática contempla cinco etapas:

  1. Descoberta – de um problema e o planejamento para as soluções, em que o professor deve envolver desafios.
  2. Interpretação – interpretação dos pontos levantados pelos estudantes e propostas para a resolução de problemas, para que possam refletir, debater e enfrentar as questões levantadas. Neste processo é considerado o conhecimento prévio do estudante e suas percepções individuais.
  3. Ideação – idealização da solução do problema, que deve permitir a criação, a famosa chuva de ideias, que deve contemplar um espaço para troca, compartilhar e ter ideias inovadoras e factíveis para sua realização.
  4. Experimentação – nesta fase é onde as ideias ganham vida e os estudantes encontraram soluções para os problemas encontrados para os desafios propostos.
  5. Evolução – a última fase corresponde ao desenvolvimento do trabalho e envolve o planejamento das próximas etapas e como as ideias serão desenvolvidas na elaboração de projetos.

Para o desenvolvimento das etapas, o professor pode ofertar dicas de como organizar a ideias, seja formatando listas, usando post-its, histórias inspiradoras, fotos, aplicativos e mapas mentais, entre outros. São inúmeras possibilidades!

Cada situação requer uma abordagem personalizada em que o coletivo deverá estar presente e o professor poderá discutir com os estudantes a abordagem e a forma de aplicação em que para cada problema pode ser agregado uma modalidade das metodologias ativas, além da utilização de softwares gratuitos.

Conheça alguns softwares que você pode levar a sala de aula:

1. Mind Node: programa muito simples e prático para ser utilizado ao dia a dia. Ele ajuda a visualizar melhor as ideias.

2. Free mind: é um software livre para criação de mapas mentais, simples e objetivo, disponível para usuários Windows e Linux.

3. Coggle: software online, permite que mais de uma pessoa trabalhe com o mesmo mapa mental. Não é preciso fazer download do programa, o que permite trabalhar no projeto de diferentes plataformas (como pelo celular, em casa e no computador do laboratório da escola).

O design thinking tem muito a contribuir com a Educação, devido à escuta ativa, ao processo de criação, às ações de envolvimento e pertencimento com o currículo, além do foco no trabalho em resoluções de problemas colaborativos.

Além disso, essa abordagem possibilita o desenvolvimento do raciocínio lógico, empatia, colaborando com as aulas desde o planejamento até o processo avaliativo, ao permitir que os estudantes estejam propícios a estarem em um ambiente participativo e colaborativo e que contribuam para resolver problemas na escola, da comunidade, do bairro, sendo considerado um excelente caminho para repensar abordagens que podem inclusive contribuir com o processo de recuperação da aprendizagem, por meio do reforço do currículo já visto nas áreas do conhecimento.

Um abraço,

Sobre o(a) autor(a)

Artigos

Formada em Letras e Pedagogia, com especialização em Língua Portuguesa pela Unicamp, Débora é Mestra em Educação pela PUC-SP e FabLearn Fellow, Columbia, EUA. Professora da rede pública, idealizou o trabalho Robótica com Sucata, que se tornou uma política pública. É coordenadora do Centro de Inovação da Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo. Atualmente, assina a coluna Educação Inovadora no blog Redes Moderna e é autora do livro Robótica com sucata (Moderna, 2021).