O esporte no mundo parou. E essa situação, tão inusitada, não aconteceu num ano qualquer. Estamos num ano olímpico – ou estávamos. Até poucos meses atrás, todo mundo pensava que entre julho e setembro próximos estaríamos acompanhando nossos atletas e paratletas em competições emocionantes e memoráveis.
Mas, como todos sabem, a pandemia causada pelo novo coronavírus suspendeu campeonatos esportivos em todos os cantos do planeta. As Olimpíadas, que na próxima edição têm como sede Tóquio, foram adiadas, depois de muita hesitação do primeiro-ministro japonês Shinzo Abe. Assim, a maior competição esportiva do mundo acontecerá de 23 de julho a 8 de agosto de 2021.Os Jogos Paralímpicos, por sua vez, ocorrerão de 24 de agosto a 5 de setembro. Na história dos Jogos Olímpicos houve apenas três cancelamentos – em 1916, 1940 e 1944, devido às grandes guerras mundiais.
Agora, um vírus que virou o mundo de cabeça para baixo interrompeu, além das competições, os treinamentos de milhares de atletas – cerca de 11 mil participarão dos jogos – das diversas modalidades. A volta aos ginásios, quadras, piscinas e pistas, conforme for ocorrendo, deverá obedecer algumas regras.
A atenção é redobrada com relação aos paratletas, já que muitos integram o grupo de risco – como os que sofreram lesões medulares e os que têm enfermidades neurológicas e pulmonares. O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) publicou um documento descrevendo os cuidados a serem seguidos para o retorno dos atletas a suas atividades.
As Paralimpíadas Escolares
Outro grupo prejudicado é os de estudantes de 12 a 19 anos, que participariam das Paralimpíadas Escolares. A competição, que ocorreria entre 23 e 28 de novembro, em São Paulo, foi cancelada. Esse, que segundo o CPB é o maior evento mundial para pessoas com deficiência em idade escolar, já revelou grandes campeões do esporte paralímpico.
No meu livro Esporte, caminho de superação, eu abordo esse evento, que funciona como uma vitrine para jovens atletas. Mais do que isso, ele contribui para modificar a percepção dos jovens em relação a seu projeto de vida e a sua valorização. É o que demonstra pesquisa de Mariana Corrêa de Resende, Maria Nivalda de Carvalho-Freitas e Andréa Carmen Guimarães, da Universidade Federal de São João del Rei.
As três são autoras do artigo Percepções sobre as paralimpíadas escolares: um estudo com atletas, publicado em 2019 na revista Pensar a Prática, da Universidade Federal de Goiás. De acordo com o estudo, realizado com 114 jovens, mesmo os que não tinham intenção de se profissionalizar tiveram, com essa competição escolar, a oportunidade de superar seus limites e de se ver respeitados socialmente.
Não sabemos ainda como será nossa vida no ano que vem, se tudo voltará ao normal ou se teremos o chamado “novo normal”. Mas fica aqui registado o desejo de que seja possível ao mundo voltar suas atenções para as grandes competições esportivas e de que nossos jovens atletas, com ou sem deficiência, tenham no esporte um meio de obter saúde, qualidade de vida e realização pessoal.
Coleção Informação e Diálogo
A coleção Informação e Diálogo trata de temas atuais, que estão em discussão na mídia e que, com certeza, renderão um bom diálogo e uma proveitosa troca de ideias entre os jovens de 11 a 14 anos. Livros em formato de Almanaque que usam e abusam de hipertextos com o intuito de oferecer ao jovem um conjunto de temas que possam ser discutidos e compartilhados entre os colegas de escola, amigos e também na família, despertando o seu interesse e estimulando-o a prosseguir a pesquisa iniciada por meio da leitura.
Confira abaixo mais sobre a coleção Informação e Diálogo: