Coluna Educação Inovadora

A importância e necessidade da Educação Emocional na aprendizagem

Como embaixadora da Educação na Varkey Foundation, todo o ano temos encontros com professores da América Latina; nosso último encontro presencial, que ocorreu na Argentina, vivenciamos um aprendizado essencial, a Educação Emocional.

A atividade consistia que, em grupo, resolvêssemos problemas para superar desafios junto a cavalos, como colocar acessórios nas baias, alimentá-los, escová-los, entre outras.

Com este exercício simples, vimos a importância de estarmos conectados e superarmos juntos os muitos desafios propostos naquele dia, como lidar com nossas emoções frente ao exercício, tendo de confiar plenamente no outro para não realizarmos movimentos que pudessem comprometer todo o grupo e os cavalos. Em apenas um dia, vivenciamos muitas emoções e aprendizados que tivemos que lidar emocionalmente.

Benefícios de levar a Educação Emocional para a sala de aula

A educação emocional é um termo relativamente novo para a aprendizagem e prevista na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para que os estudantes possam entender e vivenciar suas próprias emoções, controlando e gerenciando de modo que os acontecimentos ocorrem, consequentemente aprendendo a lidar com eles.

Há um ano com aulas mediadas por tecnologia em formato remoto, esta forma de educação tornou-se essencial por permitir que os estudantes troquem, dialoguem e compartilhem suas angústias, dores, sofrimentos e perdas para que possam se relacionar com o outro.

A forma que os nossos estudantes lidam com suas emoções podem afetar e desencadear uma série de questões pessoais e na sua educação, ao trabalhar estes aspectos, estamos formando a sua integralidade, com aspectos pautados na educação integral.

Olhar para a educação emocional é ter a oportunidade de fazer com os alunos lidem melhor com a própria realidade e que aprendam a resolver problemas que os acompanharão para a vida toda.

Atividades

Muitas atividades podem ser propostas para o trabalho com o emocional e neste período de pandemia. Vejam abaixo algumas dicas.

Jogos emocionais

O professor pode criar jogos através de problemas para que os estudantes possam refletir e encontrar soluções, como jogos de RPG. Podem ser jogos criados na esfera online ou mão na massa, com a utilização de papelão, para que assumam o papel de resolver questões conflituosas.

Acolhimento inicial

Uma forma de lidar com as emoções é realizar um acolhimento inicial, em que os estudantes recebam os colegas, através de uma música, um termômetro emocional e ou ainda uma simples roda de conversa para que sejam os protagonistas.

Filmes

Trechos filmes podem ajudar nesta reflexão, confira abaixo duas indicações:

  • Extraordinário: este filme abrange temas como o bullying, a autoestima, o autoconceito, o respeito e a tolerância perante a diferença, aceitação. O filme narra a vida de Auggie Pullman, uma criança de 10 anos que nasceu com uma má formação facial, a Síndrome de Treacher Collins, que o obrigou a viver de hospital em hospital, sendo operado 27 vezes. A sua vida transcorreu entre as paredes da sua casa, junto à sua família e sua cadelinha Daisy. Sua mãe dedicou-se a educá-lo até então, mas chegou o momento de que conhecer o mundo e enfrentar o seu maior desafio: ir à escola pela primeira vez e tentar ser aceito por professores e colegas.
  • Divertidamente: neste filme da Disney, as emoções são, literalmente, as protagonistas. Um filme com um profundo significado tanto para as crianças, como para os adultos, que nos convida a conhecer as emoções básicas como a “alegria”, a “tristeza”, a “raiva”, o “medo” e o “nojo” e nos mostra como funciona o processo cada vez que nos invade algum sentimento: como surge, as suas consequências e as formas de o gerir.

Um abraço e até a próxima!

Sobre o(a) autor(a)

Artigos

Formada em Letras e Pedagogia, com especialização em Língua Portuguesa pela Unicamp, Débora é Mestra em Educação pela PUC-SP e FabLearn Fellow, Columbia, EUA. Professora da rede pública, idealizou o trabalho Robótica com Sucata, que se tornou uma política pública. É coordenadora do Centro de Inovação da Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo. Atualmente, assina a coluna Educação Inovadora no blog Redes Moderna e é autora do livro Robótica com sucata (Moderna, 2021).