Autores ModernaMarcos Ribeiro

A conversa sobre gênero através da interdisciplinaridade continua

Entendemos este trabalho através da interdisciplinaridade como uma ponte para o melhor entendimento das disciplinas entre si.

A interdisciplinaridade pode integrar-se em outras áreas específicas permitindo, com isso, recursos ampliados e uma discussão dinâmica, através de diferentes olhares sobre um mesmo tema. E, nesse sentido, você, professor(a), pode realizar a conversa sobre sexualidade e gênero com os(as) alunos(as).

Geografia

Objetivo:

Compreender as características das cinco regiões do Brasil, sinalizando as igualdades e diferenças do comportamento de homens e mulheres de cada localidade.

Conteúdo:

Mapas: características das cinco regiões do Brasil.

A diferença de gênero nas diversas localidades do Brasil.

Estratégia:

Através de um mapa apresentar as características de cada região do Brasil, sinalizando as igualdades e diferenças do comportamento de homens e mulheres de cada localidade.

Recursos:

Um mapa em tamanho grande, caneta hidrocor de várias cores.

Educação Física

Objetivo:

Desenvolver um pensamento crítico sobre as questões de gênero nas diferentes modalidades esportivas dos jogos olímpicos.

Conteúdo:

Jogos Olímpicos: competições oficiais e diferenças de gênero.

Estratégia:

Exposição oral sobre as competições olímpicas e as atividades esportivas que são mais realizadas por homens ou mulheres.

Observação: na aula de educação física a mulher que joga futebol. Na aula de artes, o enfoque maior é dado ao homem que faz balé. Assim, contemplam os dois gêneros em atividades físicas.

Recursos:

Imagens dos diferentes esportes que fazem parte das olimpíadas, folhas de papel A4, caneta hidrocor de várias cores.

Matemática

Objetivo:

Construir procedimentos para produzir, organizar, representar e interpretar dados, realizando a leitura das informações.

Conteúdo:

Tratamento da informação através da interpretação de dados em gráficos e tabelas.

Estratégia:

Iniciar uma conversa informal sobre a quantidade de meninos e meninas na sala. Registrar no quadro essa quantidade.

Apresentar uma caixa de papelão (ou madeira) com fotos de brinquedos e atividades do dia a dia de uma casa. Pedir para que cada aluno leve uma foto para a sala de aula.

Construir uma tabela com duas colunas: (1) “Homem” e (2) “Mulher” e solicitar que os alunos preencham a tabela com o que eles consideram ser “coisa de homem” e “coisa de mulher”.

Após todos realizarem a atividade, discutir as relações de gênero a partir da tabela que eles construíram.

Ao término, sugerir que eles façam a mesma atividade com as pessoas que moram na sua casa sobre os “afazeres domésticos” e tragam os resultados na aula seguinte.

Recursos:

Caixa com fotos de brinquedos e atividades diversas (domésticas: lavando e passando roupa, arrumando a casa, trocando a lâmpada etc).

Cartaz com uma tabela.

Artes

Objetivo:

Refletir sobre o preconceito em relação aos meninos que dançam balé.

Conteúdo:

Atividade livre:

Discussão sobre a questão de gênero e o preconceito em relação aos garotos que dançam balé.

Estratégia:

Debate após a exibição de um vídeo de crianças dançando balé e de obras clássicas como O quebra nozes, Coppélia e Bolero de Ravel, neste caso, apresentadas só por um homem – o bailarino Jorge Donn.

Recursos:

Computador com acesso à internet; vídeos com crianças dançando balé que tenham a presença de meninos; Vídeo do balé O quebra nozes, Coppélia e Bolero de Ravel.

A avaliação do trabalho pode ser definida pela docente ou pelo grupo de trabalho e o resultado apresentado para toda a escola através de uma campanha.

  • A abordagem da equidade de gênero e o fim da violência na escola se relacionam com a cultura pela paz. Estando no começo do ano, podemos incluir este conteúdo no planejamento escolar, como contempla a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), através da inclusão da lei nº 13.663 de 2018, em seu inciso X, que “estabelece ações destinadas a promover a cultura pela paz nas escolas”.

Sobre o(a) autor(a)

Artigos

Marcos Ribeiro, educador e palestrante, é mestrando no Programa de Pós-graduação em Educação Sexual na Universidade Estadual Paulista (UNESP), pós-graduado em “Educação Infantil e Desenvolvimento” e em “Sexualidade” pela UCAM. Escritor premiado pela Academia Brasileira de Letras, com mais de 20 livros editados e quase duas dezenas de artigos publicados. Parecerista dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ministério da Educação e consultor em educação sexual, com trabalhos realizados para a John Hopkins University (EUA), Unesco, Fundação Roberto Marinho, Canal Futura, Ministérios da Saúde e Educação, Secretarias de Educação e Saúde, entre outras. Docente e coordenador de série no programa Salto para o Futuro, programa da TV Escola, canal educativo do MEC. Consultor para peças de teatro, tem colunas em revistas e jornais e programas de TV. Já teve um livro adaptado para o teatro e outro para um vídeo em Cabo Verde (África). Consultor da Comissão da Mulher, OAB-RJ e detentor da Medalha Tiradentes, maior comenda entregue a uma personalidade pelo Poder Legislativo do Estado do Rio de Janeiro.