Coluna Educação Inovadora

A importância da criatividade e do pensamento crítico no processo de aprendizagem

A criatividade e o pensamento crítico são habilidades socioemocionais e precisam ser exercitadas a todo o momento na educação para o desenvolvimento integral do estudante. Conhecer um pouco mais sobre elas é fundamental para colocá-las em práticas no dia a dia escolar.

Em suas dez competências, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) descreve o objetivo de desenvolvimento e ao longo das competências enfatiza o trabalho com a criatividade e o pensamento crítico.

O ser humano, em sua essência, traz o trabalho com a criatividade e com o pensamento crítico. Os avanços com a revolução industrial, a inteligência artificial e as mudanças ocorridas pela tecnologia colocaram essas habilidades no centro do processo de aprendizagem e a escola é um espaço propício para que essas habilidades sejam desenvolvidas e trabalhadas ao longo do processo de aprendizagem.

Habilidades socioemocionais híbridas

A criatividade e o pensamento críticos são competências socioemocionais híbridas, porque misturam aspectos socioemocionais, como os aspectos da criticidade, mas também do processo de criação que passa por si e pelo outro, que trabalham a colaboração, a empatia, a abertura ao novo, ao autocuidado e à autogestão, alternando com competências cognitivas que fazem esse hibridismo.

O fato destas competências serem híbridas permite uma série de possibilidades na sala de aula, como estar aberto a vivenciar novas aprendizagens, ter curiosidade de aprender, ser resiliente para expor o pensamento crítico e também criar em busca de novas aprendizagens e experimentações, permitindo sair da zona de conforto, mas resolvendo problemas ao exercitar o pensamento lógico, sendo assertivo.

Além disso, essas habilidades trabalham aspectos essenciais para a formação integral do estudante, que busca por informações, que pesquisa, que projeta lidar com situações conflituosas e que toma decisões através do exercício do pensamento crítico, ao mesmo tempo em que a criatividade busca por soluções de problemas, através da mobilização da capacidade criativa individual e ou em grupo, sendo essencial para a vida em sociedade e futuramente para a vivência no grupo de trabalho.

Para levar a sala de aula

Nas dez competências da BNCC, vemos um retrato do estudante que queremos formar e das habilidades que são necessárias para almejar essa formação. Inclusive neste momento de ensino emergencial é possível desenvolver uma proposta pedagógica em que o estudante possa trabalhar com essas habilidades.

A cultura maker a todo o momento está trabalhando com o pensamento crítico e também com a criatividade, porque os estudantes têm que mobilizar diversos conhecimentos para construir os seus projetos e porque o processo tem uma importância muito maior do que o produto final.

O mesmo podemos dizer para o ensino de programação, que pode ocorrer de maneira desplugada, através de vivências concretas e plugada, com o auxílio de programas específicos, e que envolve o desenvolvimento das habilidades de criatividade ao criar narrativas digitais, jogos ou programações para os protótipos, e ainda o exercício do pensamento crítico ao exercitar o raciocínio lógico e pensar e refletir na resolução de problemas, colaborando para uma educação integral em que os estudantes participem ativamente do processo de construção da aprendizagem e que futuramente possam contribuir para a vida em sociedade.

Citamos dois exemplos, mas é possível inovar e trabalhar com a criatividade e pensamento crítico a partir de diversos materiais, entre eles o material didático e os recursos digitais. Tudo depende da maneira como será apresentado e abordado em sala de aula, trabalhando com uma aprendizagem ativa.

Nossos jovens e crianças aprendem de uma maneira diferenciada e temos que dar a oportunidade de eles aprenderem com o outro, ouvindo, lendo, aguçando sua vontade de aprender, experimentando para que possam dialogar com as diferenças e aprender a partir delas, respeitando os diferentes estilos e ritmos de aprendizagens em uma educação que considera o aluno de maneira integral.

Um abraço carinhoso,

Sobre o(a) autor(a)

Artigos

Formada em Letras e Pedagogia, com especialização em Língua Portuguesa pela Unicamp, Débora é Mestra em Educação pela PUC-SP e FabLearn Fellow, Columbia, EUA. Professora da rede pública, idealizou o trabalho Robótica com Sucata, que se tornou uma política pública. É coordenadora do Centro de Inovação da Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo. Atualmente, assina a coluna Educação Inovadora no blog Redes Moderna e é autora do livro Robótica com sucata (Moderna, 2021).