Coluna Educação Inovadora

Professor, a hora e a vez de cultivar a resiliência

Definitivamente 2020 está sendo um ano desafiador! No início da pandemia e da suspensão das aulas presenciais, sem saber ao certo o que nos aguardava, tínhamos a sensação que seria um breve momento. No entanto, estamos há seis meses vivenciando a educação emergencial, com poucos estados brasileiros ensaiando a volta às aulas presenciais e a maioria realizando um estudo deste momento.

Diante deste cenário de incertezas, chegou o momento de cultivar a resiliência, professor. Fomos desafiados a nos reinventar, a introduzir novas metodologias, a engajar, a administrar conteúdos de novas maneiras, a apoiar pais e estudantes, sem contar todas as tarefas pessoais. Ufa!

Com o isolamento social e o acúmulo de atividades, a longo prazo, a soma de todas essas ações pode levar os professores à exaustão, por isso cuidar da saúde mental e cultivar a resiliência são essenciais neste momento.

Como cultivar a resiliência

A resiliência nasce da maneira de como respondemos e interpretamos os fatos e ações. A questão central é como agir a esses estímulos e o momento exato que precisamos colocar em prática essa habilidade, em um mundo que muda a cada segundo. Ter esse cuidado conosco é fundamental! Falamos sempre que precisamos trabalhar com as habilidades socioemocionais com os estudantes, mas as estamos trabalhando em nós?

A cada dia, devemos estar preparados para as mudanças; elas são uma das únicas certezas que temos não poderemos controlar – por outro lado, a forma que vamos responder a essas mudanças passa por nosso controle emocional.

Todos nós, professores, entramos na educação com o objetivo de impactar a vida dos estudantes. A chave para alcançar esse objetivo está na forma que lidamos com as respostas, oferecendo aos nossos estudantes mais estabilidade e sendo um modelo para que possam se inspirar ao longo de sua trajetória.

Foco na resiliência

A resiliência nos traz a oportunidade de exercitar o comportamento adaptativo e reconhecer nossas atitudes e ações, além de exercitar nossa capacidade na prática, com foco no “o quê”, “por quê” e “como” fazer essas ações. Estudos demonstram que podemos ser mais resilientes ao estresse do dia e dia se mantivermos o foco diário, tornando-nos mais forte, que nos permite prosperar e não apenas sobreviver.

Compreender esses pontos nos auxilia a manter um equilíbrio saudável das nossas atividades e a seguir nessa carreira, contribuindo em prol do outro. Por isso, torna-se tão essencial falarmos deste assunto e mais do que falarmos aumentar a resiliência da equipe, evitando assim o abandono da carreira docente e prevenindo doenças como a síndrome de burnout, que ocorre pelo esgotamento físico e mental.


Devemos cultivar a resiliência, porque nosso objetivo não é apenas ensinar na sala de aulas, mas também aprender, superar desafios e cumprir propósitos, formar cidadãos integrais, mas também nos cuidar para que possamos contribuir.

Cuidem-se!

Um abraço carinhoso e até a próxima!

Sobre o(a) autor(a)

Artigos

Formada em Letras e Pedagogia, com especialização em Língua Portuguesa pela Unicamp, Débora é Mestra em Educação pela PUC-SP e FabLearn Fellow, Columbia, EUA. Professora da rede pública, idealizou o trabalho Robótica com Sucata, que se tornou uma política pública. É coordenadora do Centro de Inovação da Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo. Atualmente, assina a coluna Educação Inovadora no blog Redes Moderna e é autora do livro Robótica com sucata (Moderna, 2021).