Resolução de problemas, sala de aula invertida, design thinking: como todas essas metodologias podem contribuir para que o processo de aprendizagem ocorra?
Os modelos possuem em comum tirar o aluno da passividade e trazê-lo para o centro do processo de aprendizagem, para que exerça um papel ativo e protagonista na construção da sua aprendizagem.
As modalidades diferem quanto à estrutura e abordagem, onde o ambiente propicia a colaboração e a participação, estimulando a criatividade e a inventividade para resolver problemas reais, produzir conteúdo e protótipos, no caso da robótica, participar de um debate, vencer etapas de um jogo etc. Os alunos se envolvem com a construção das atividades, tornando-se pertencentes e aprendendo de forma significativa.
Ao trabalhar desta forma, o professor forma habilidades de investigação, reflexão e autonomia, na busca do conhecimento, pensamento crítico e aptidão para resolução de problemas, além de exercitar competências necessárias e descritas na Base Nacional Comum Curricular, conforme a ilustração a seguir:
A implementação das metodologias ativas exige um novo olhar do professor, que se torna um mediador e estimula a curiosidade e o pensamento crítico. Quando um grupo de alunos é desafiado a resolver um problema, vivencia o cognitivo como o erro, fundamental ao processo, pois possibilita testar, errar e testar novamente, até acertar, experimentando diferentes soluções.
A seguir, farei um breve panorama de cada metodologia e o professor poderá determinar a mais adequada a ser utilizada com os estudantes.
A aprendizagem baseada em problemas, project based learning (PBL), tem como propósito fazer com que os estudantes aprendam através da resolução colaborativa de desafios. Ao explorar soluções dentro de um contexto especifico de aprendizado, que pode utilizar a tecnologia e/ou outros recursos, essa metodologia incentiva a habilidade de investigar, refletir e criar perante a uma situação. O professor atua como mediador, provocando e instigando o aluno a buscar as resoluções por si só. O docente tem o papel de intermediar nos trabalhos e projetos e oferecer retorno para a reflexão sobre os caminhos tomados para a construção do conhecimento, estimulando a crítica e reflexão dos jovens.
A sala de aula invertida, flipped classroom, tem como objetivo substituir a maioria das aulas expositivas por extensões da sala de aula em outros ambientes, como em casa, no transporte.
Nesse modelo, o estudante tem acesso ao conteúdo de forma antecipada, podendo ser online, para que o tempo em sala de aula seja otimizado, proporcionando um conhecimento prévio sobre o conteúdo a ser estudado e a interação com os colegas para realizar projetos e resolver problemas, fazendo com que participem ativamente da construção de seu aprendizado, ao se beneficiar com um melhor planejamento de aula e com a utilização de recursos variados, como vídeos, imagens, e textos em diversos formatos.
O design thinking é uma metodologia usada na solução de problemas. Na educação, é conhecida como aprendizagem investigativa, trabalhando de forma colaborativa e desenvolvendo a empatia. Nesse modelo, o estudante participa como formador de conhecimento e não apenas como receptor de informação. Na prática, a metodologia é dividida em cinco etapas: Descoberta, Interpretação, Criação, Experimentação e Evolução.
As etapas de descoberta e interpretação devem ser construídas com desafios. A proposta é provocar e aguçar a curiosidade para enfrentar as questões levantadas. Nesse processo, considerar o conhecimento prévio individual e percepções significativas no decorrer da construção em busca de múltiplas soluções é fundamental.
Na fase de criação deve-se dar espaço à construção de uma “chuva de ideias” (o famoso brainstorm), um espaço para sonhar e colocar para fora até ideias visionárias.
A quarta etapa corresponde à experimentação, em que as ideias ganham vida; é necessário possibilitar vivências para encontrar possíveis soluções para o desafio lançado. A evolução é a continuidade do desenvolvimento do trabalho. Ela envolve o planejamento dos próximos passos, compartilhando ideias com outras pessoas que podem colaborar com o processo. No desenvolvimento das etapas, o professor e os estudantes podem oferecer dicas de como organizar as ideias, seja formatando listas, usando post-its, histórias inspiradoras, fotos, aplicativos para celular ou tablets, por exemplo. São inúmeras possibilidades. Cada situação requer uma abordagem diferenciada que deverá ser construída coletivamente.
E você, querido professor, trabalha com as metodologias ativas em sala de aula? Conte aqui nos comentários e ajude a fomentar práticas docentes.
Um abraço,