Coluna Educação Inovadora

Como inserir os gêneros digitais na sala de aula

Não tem mais volta: os gêneros digitais chegaram para ficar! Os gêneros digitais estão ganhando espaço nas mídias sociais e na sala de aula, e é importante ressaltar que eles preservam características dos gêneros textuais impressos.

Eles têm influenciando as práticas de leitura e escrita na esfera digital, causando um grande impacto na comunicação; alguns são apenas transformações de antigos e conhecidos gêneros que ganharam força e dinamismo na comunicação digital, o que possibilita novas formas de lidar com os conteúdos, mudando a forma de interagir com os textos.

Ao escrever uma mensagem instantânea, temos a estrutura textual impressa, iniciando com saudações, perguntando sobre a pessoa e finalizando com uma despedida, respeitando tipologia ou gêneros e níveis de linguagem. Um bom exemplo disso é a transição do gênero impresso carta para o gênero digital e-mail e WhatsApp.

Saiba mais: Os gêneros textuais são incontáveis e adaptáveis às diferentes realidades e situações comunicativas; com a acessibilidade e a facilidade da Internet criaram-se gêneros e alteraram-se outros, comprovando que eles estão a serviço dos falantes e das necessidades reais de seu tempo, modificando a relação entre leitor-autor.

Os gêneros são grandes ferramentas educacionais para o processo de ensino e aprendizagem. Isso porque além de ser o local onde a língua efetivamente é empregada, possibilitam interação, através do estudo desses enunciados e contato com condições e finalidades especificas.

BNCC e os gêneros digitais

A referência geral é que, a cada ano de ensino, contemplem-se gêneros que lidem com informação, opinião e apreciação, multissemióticos e hipermidiáticos, próprios da cultura digital e das culturas juvenis. Diversas também são as formas, como ações e funções, que podem ser contempladas em atividades de uso e reflexão: seguir/ser seguido, curtir, comentar, compartilhar, remixar etc.

Uso dos gêneros digitais na sala de aula

A linguagem contemporânea, multissemiótica e multimodal oportuniza diminuir a distância entre o professor e os alunos, permitindo que novas práticas e atividades sejam desenvolvidas para aguçar a leitura e a escrita, ampliando as capacidades dessas novas formas comunicativas, devido à sua estrutura, que irá variar de acordo com o histórico social e campo tecnológico, sendo variáveis, versáteis e transmutáveis, e em constante evolução.

Função dos gêneros digitais

Para inserir em sala de aula

Com a nova configuração dos gêneros, teremos muitas mudanças, principalmente nos livros didáticos, que sofrerão alterações, para atender e mesclar a cultura juvenil e incorporar os gêneros digitais, sem perder sua importância e essência na aprendizagem; a principal mudança é a de atitude, a de se permitir incorporar o trabalho colaborativo e aprender através deste processo, aproximando a leitura e permitindo-se aprender com os outros.

Reunimos alguns dos gêneros digitais para inspirar você no trabalho em sala de aula. Muitos podem ser produzidos com o auxilio de celular e tablets, de forma interativa e colaborativa.

  • Meme: O termo remete ao humor e é bastante conhecido e utilizado no “mundo da internet”, referindo-se ao fenômeno de “viralização” de uma informação, ou seja, qualquer vídeo, imagem, frase, ideia ou música que se espalhe entre vários usuários rapidamente. Pode ser um instrumento muito poderoso para falar sobre um assunto, podendo ser produzido pelos alunos para abordar um tema. O meme pode ser produzido pela ferramenta gratuita Canva.
  • Podcasts: É como um programa de rádio, porém sua diferença e vantagem é o conteúdo direcionado. Você pode ouvir o que quiser, na hora em que bem entender. Basta acessar e clicar no play ou baixar o episódio. O professor pode explorá-lo em diversas áreas do conhecimento, ao colocar o aluno no centro do processo aprendizagem para produzir um. O Audacity é um software livre gratuito que grava, edita e remixa sons.
  • Gifs: É um formato de imagem de mapa de bits muito usado na internet, para imagens fixas, para criar animações. Você pode produzir gifs com seus alunos utilizando, por exemplo, o Scratch, que é um software livre de linguagem de programação por blocos, fácil e interativo.
  • Chats: Um bate papo em tempo real e conhecido pelas redes sociais, o Twitter é um dos mais famosos, onde é possível produzir minicontos e emitir opiniões com os alunos, após um debate, um vídeo e ou imagem, com um limite de 280 caracteres.

E você, querido professor, como trabalha com os gêneros digitais em sala de aula. Conte aqui nos comentários!

Um abraço,

Sobre o(a) autor(a)

Artigos

Formada em Letras e Pedagogia, com especialização em Língua Portuguesa pela Unicamp, Débora é Mestra em Educação pela PUC-SP e FabLearn Fellow, Columbia, EUA. Professora da rede pública, idealizou o trabalho Robótica com Sucata, que se tornou uma política pública. É coordenadora do Centro de Inovação da Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo. Atualmente, assina a coluna Educação Inovadora no blog Redes Moderna e é autora do livro Robótica com sucata (Moderna, 2021).