Coluna Educação Inovadora

Caminhos para estimular a criatividade e o pensamento crítico na Educação

Vivemos em um mundo que o conhecimento está disponível ao alcance das mãos através da internet, em que é necessário avançarmos para uma educação que priorize a criatividade e o pensamento crítico, não apenas no ensino infantil e anos iniciais do fundamental, mas em todo o processo da educação básica.

Não por acaso, o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), coordenado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), este ano, começará a avaliar o pensamento crítico e a criatividade dos estudantes.

Criatividade e Pensamento Crítico são habilidades socioemocionais híbridas e presentes nas dez competências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), por serem aspectos da inteligência humana, atreladas à capacidade de pensar em diferentes formas de fazer, que aplicamos na resolução de problemas e na tentativa de “fazer” em formatos diferenciados.

Habilidades como o raciocínio crítico e a criatividade possuem relação com o aprendizado de novas ideias, originais e úteis para diferentes contextos, que exploram a metacognição, autoavaliação e permitem revisar aspectos emocionais e raciocinais para o exercício do pensamento crítico.

Por isso, estes aspectos necessitam estar presentes na educação, através da experimentação e de novas abordagens e maneiras que desenvolvam estas habilidades ao longo do processo de ensino-aprendizagem. E como trabalhar isso na educação, em tempos de pandemia?! Confira abaixo algumas dicas.

Explore a metacognição

Trabalhar com a metacognição garante o desenvolvimento do raciocínio crítico; assim, o professor pode trazer problemas para aulas e, através deles, promover debates e deixar que os estudantes utilizem a criatividade para resolver, como por exemplo, a partir do trabalho com design thinking, que explora e aborda os pilares de ideação e solução de problemas.

Uma ferramenta possível de ser abordada e interativa é o Jamboard (ferramenta do Google), que é um quadro inteligente que pode deixar as aulas mais intuitivas. A ferramenta é gratuita e tudo que é escrito é compartilhado na nuvem com as pessoas, sendo acessado a qualquer momento.

Mudança de mindset

Explorar a criatividade parece algo fácil e natural, mas é necessário ter muito foco e proporcionar um ambiente que favoreça a inovação; para isso, é necessário promover mudança de mindset e enxergar novos caminhos de realizar a abordagem das aulas. Isso significa que o professor também tem de estar aberto a mudanças e incentivar a escuta ativa e reflexão com os estudantes, apontando novos caminhos para experimentar novas ideias.

Professor, chave do desenvolvimento do pensamento crítico e da criatividade

Não é exagero falarmos que somos referências para os estudantes. O professor atua como um mediador, trabalhando com muitas divergências de ideias e conflitos para que os estudantes possam desenvolver o pensamento crítico, mas isso não pode ser separado da criatividade e de estratégias para estimular a criação de ideias. A todo momento na educação é necessário priorizar este desenvolvimento.

A tecnologia pode auxiliar no processo, desde que venha acompanhada de objetivos claros. A Meetbutter.io é uma ferramenta gratuita, permite a separação dos estudantes em grupos virtuais e ainda possui integrações com ferramentas como YouTube e miro, entre outras. Além disso, permite a realização de oficinas, que contribui para que os estudantes troquem os colegas, estimulando criar ideias e colocar suas opiniões.

Movimento Maker

Em muitos outros textos, falamos do movimento maker, que é um grande guarda-chuva ao trabalho do “fazer com as mãos” e que aborda muitas frentes, como mão na massa, costura, bordado, marcenaria, programação e robótica, entre outros. Mesmo na pandemia, é possível trabalhar com os estudantes através de projetos ou resolução de problemas e usar o que temos nas mãos para experimentar conteúdos. O professor não precisa ter todos os conhecimentos, mas precisa dar o primeiro passo, aguçar a curiosidade e causar o encantamento, para que os estudantes possam encontrar caminhos e trabalhar de maneira colaborativa com desafios.

Um abraço e até a próxima!

Sobre o(a) autor(a)

Artigos

Formada em Letras e Pedagogia, com especialização em Língua Portuguesa pela Unicamp, Débora é Mestra em Educação pela PUC-SP e FabLearn Fellow, Columbia, EUA. Professora da rede pública, idealizou o trabalho Robótica com Sucata, que se tornou uma política pública. É coordenadora do Centro de Inovação da Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo. Atualmente, assina a coluna Educação Inovadora no blog Redes Moderna e é autora do livro Robótica com sucata (Moderna, 2021).