Coluna Educação Inovadora

Como alavancar a aprendizagem com recursos audiovisuais

Vocês têm notado a maneira que os alunos aprendem?

Outro dia levei para a sala um estudo de caso sobre o cyberbullying. Ao começar a leitura do texto, ouvi um sonoro “Professora, vamos procurar no YouTube e ver se encontramos um vídeo sobre esse assunto?” Imediatamente pesquisamos e encontramos alguns vídeos e usamos o texto para promover as discussões sobre a atividade que estávamos realizando.

Essa atividade foi o suficiente para compreender que a leitura é e sempre será fundamental, porém o audiovisual (que é também uma forma de leitura) está cada vez mais presente na vida dos nossos alunos e se torna essencial levar essa importante ferramenta para dentro da sala de aula, não somente como consumidores, mas também como produtores.

Já temos muitos educadores que fizeram do vídeo a sua sala de aula, principalmente pelo potencial de alcance entre os jovens. Entre os muitos canais de educação, destaco o professor Procópio, do Rio de Janeiro, que com a linguagem simples e o jeito irreverente de ensinar matemática atrai muitos estudantes. Você, professor, também pode ter o seu canal, iniciando com equipamento simples, como o celular ou uma câmera.

Como levar recursos audiovisuais para dentro da sala de aula?

Existem várias possibilidades de inserir o audiovisual nas aulas; uma delas é tornar os estudantes criadores de conteúdo, exercitando a mão na massa. Lembre-se que o celular pode ser um importante aliado para produzir conteúdo audiovisual com os discentes. Abaixo, destaco algumas ações.

  • Ação #1: Considero essencial a mudança de atitude em nós, professores! É necessário quebrar a barreira que ainda temos em relação às ferramentas digitais e começar a inserir novas maneiras de abordá-las no currículo escolar.
  • Ação #2: Compreender que toda mudança leva um tempo para acontecer. Pode ser que em um primeiro momento as atividades não saiam como planejado, e isso não deve ser considerado motivo para desistência, mas um momento de reflexão.
  • Ação #3: O diálogo é a porta de entrada para exercer a criticidade. Atualmente encontramos uma infinidade de vídeos sobre diferentes assuntos na internet, por isso cada vez mais conversar sobre ética e segurança é um fator chave para alavancar a aprendizagem.
  • Ação #4: Use equipamentos possíveis de trabalhar em sala de aula. O celular é uma boa opção, pois a maioria possui câmera e editores de vídeo, que podem auxiliar no trabalho pedagógico.
  • Ação #5: Explore com os alunos o potencial de criar vídeos. Assistir vídeos torna o currículo mais dinâmico, mas inverter os papéis e fazer os alunos se tornarem produtores potencializa ações como colaboração, empatia, inventividade e criatividade, competências e habilidades tão essenciais a este século, além de aproximar os estudantes do seu aprendizado.
  • Ação #6: Não basta apenas liberar o uso do celular: é preciso realizar um bom planejamento e ações, com objetivos claros, propiciando trabalhar com a resolução de problemas. Proponha etapas de trabalho: pesquisa, elaboração de roteiro, pré-produção, gravação e edição. Combine processos, como dividir tarefas e cobrar prazos para que os projetos se concretizem. Ao final do processo, avalie as produções e possibilitando novos aprendizados para todos.

Materiais de baixos recursos e sugestões para realizar vídeos

  • Câmera ou celular
  • Microfone (se não tiver, escolha lugares bem silenciosos para fazer a gravação)
  • Tripé (muitos são possíveis de serem produzidos pelos alunos)

Programas gratuitos para edição

  • Windows Live Movie Maker
  • Video Toolbox
  • VirtualDub
  • VideoSpin

E você, querido professor, como costuma trabalhar com o audiovisual em sala de aula? Conte aqui nos comentários! Este é um importante espaço de troca e fortalecimento de práticas docentes.

Um abraço,

Sobre o(a) autor(a)

Artigos

Formada em Letras e Pedagogia, com especialização em Língua Portuguesa pela Unicamp, Débora é Mestra em Educação pela PUC-SP e FabLearn Fellow, Columbia, EUA. Professora da rede pública, idealizou o trabalho Robótica com Sucata, que se tornou uma política pública. É coordenadora do Centro de Inovação da Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo. Atualmente, assina a coluna Educação Inovadora no blog Redes Moderna e é autora do livro Robótica com sucata (Moderna, 2021).