Muitas são as dúvidas que giram em torno do aprendizado dos estudantes. Como será que ele aprende?
Essas questões latentes da docência são agravadas, principalmente, pelo processo de recuperação e recomposição das aprendizagens e, para saná-las, vamos entender como os nossos estudantes aprendem?
Segundo a professora Marta Relvas, psicopedagoga e neurocientista em Educação, aprender é um processo complexo que envolve criar, fortalecer e modificar sinapses. Assim, para adquirir novos aprendizados e ou habilidades, há uma modificação no cérebro, conhecida como neuroplasticidade, que se refere a capacidade do sistema nervoso de mudar, moldar-se e adaptar-se a nível estrutural, presente durante o desenvolvimento neuronal, quando a pessoa é exposta a novas experiências.
Por dentro de como o cérebro aprende
Assim, o nosso cérebro aprende por meio de estímulos que recebemos desde os primeiros dias de vida. Por isso há a necessidade de se adotar estratégias pedagógicas diversificadas para ampliar a quantidade de estímulos que os nossos estudantes irão receber em sua escolarização.
Podemos falar que somos movidos por uma infinidade de memórias que se transformam em aprendizado após passarem por diversas etapas. O processo se inicia com o recebimento de informações, que logo são absorvidas para memória de curta ou longa duração, a depender da utilização da informação e de estímulos recebidos. No entanto, ao se transformar em memória de longa duração, teremos efetivado o ciclo de aprendizagem, que são atividades de absorção dentro do cérebro. Toda essa jornada é um processo em que é necessário tempo até sua evolução para aprendizado.
No entanto, precisamos ressaltar a necessidade de se considerar que aspectos emocionais afetam o processo de aprendizagem. Um estudante com crise de ansiedade não consegue efetivar memórias de longa duração. Assim, o trabalho a partir das habilidades socioemocionais são essenciais para que os aspectos motivacionais possam apoiar a aprendizagem.
Agora que conhecemos um pouco mais sobre o que está por detrás da aprendizagem, que tal conferir algumas dicas para diversificar as estratégias pedagógicas para recompor a aprendizagem e o processo de recuperação?
Invista na personalização do ensino
Nossos estudantes aprendem em ritmos diferentes. Por isso, é essencial compreender o nível de aprendizado de cada um, suas necessidades e dificuldades para alcançar bons resultados. Um exemplo é fazer uso das modalidades híbridas com modelos disruptivos, que partem de modalidades de laboratório rotacional, ou individual, em que, por meio de roteiros individualizados, despertem pontos de entusiasmo e motivação nos estudantes, compostos por desafios para realizar atividades cognitivas. Utilizar esse tipo de proposta a todo momento é possível, além de ser uma boa estratégia para motivar os estudantes e garantir avanços.
Aposte na autoestima
Realizar atividades que perpassam a motivação e a autoestima é um diferencial para o processo de aprendizagem. Por isso, quero relatar o meu trabalho de robótica com sucata. Quando os meus estudantes me relataram que não se sentiam capazes de aprender robótica e que era algo apenas para estudantes de escola privada, recorri à necessidade de estimulá-los, desafiá-los e fazer uma aprendizagem que fosse significativa, colocando eles como protagonistas do processo, um impacto direto na aprendizagem que resultou em uma nova metodologia de ensino que estimula a criatividade, sustentabilidade e uma aprendizagem mão na massa, que ressignifica o currículo e motiva estímulos de aprendizagem.
Aprendizagem ativa
Precisamos inserir novas formas de apresentar o currículo e, nisso, as metodologias ativas têm o seu papel central para apoiar o aprendizado e ressignificá-lo através de suas modalidades em que os estudantes criam hipóteses, propõem experimentações e organizam as informações e pensamentos em busca de soluções, aventuras e descobertas.
Um abraço e até a próxima!