*texto por Marcos Ribeiro
Se é de pequeno que se torce o pepino, como reprimenda aos atos reprováveis, é também na educação das crianças que as ensinamos sobre a igualdade de direitos, o respeito às diferenças, o combate ao racismo e a todas as formas de preconceito que a escola não pode fechar os olhos para essa realidade e perceber que é preciso conversar.
Também não podemos empurrar este assunto para debaixo do tapete ou ignorar a importância de se conversar sobre gênero, deixando-a do lado de fora da escola, sem entrar na sala de aula.
A educação sexista que atribui mais direitos aos meninos do que as meninas, é a base para a desigualdade de gênero que produz defasagem salarial mesmo que ambos exerçam a mesma função – as mulheres chegam a receber 20% menos que os homens -; faltam oportunidades iguais e o machismo faz o homem acreditar que tem poder sobre o corpo da mulher, o que pode resultar em violências de todo tipo.
Antes de continuarmos, vale explicar o que é gênero:
A expressão “gênero” é a construção social, a imagem que homens e mulheres têm na nossa cultura, o que não é igual em todo o mundo. Com isso, quero dizer que esta imagem pode mudar de cultura para cultura e este padrão “masculino” e “feminino” não segue o mesmo roteiro, inclusive ao longo da história.
Dessa forma, as relações de gênero são as expectativas criadas em torno dos papéis ‘masculino’ e ‘feminino’ a partir do que é esperado pela sociedade. Como construção social, cada cultura estabelece o que é “coisa de homem” e “coisa de mulher”. No nosso país, por exemplo, desde o nascimento, espera-se que o homem seja viril e a mulher frágil. Essas diferenças encontramos no comportamento, nas brincadeiras e vestimentas.
A educação sexista reflete na autoestima, nos estudos, no processo ensino e aprendizagem, na convivência escolar, nos relacionamentos futuros, na crença do homem que se considera com mais direitos que a mulher e no trabalho com mais oportunidades ao homem, como se a mulher não fosse capaz. Dessa forma, a educação dos meninos é construída baseada numa masculinidade tóxica, com repercussões negativas que começa na escola e é extensiva nas relações pela vida afora.
Saiba +
2 livros que você pode trabalhar com os(as) alunos(as): Menino brinca de boneca? e Somos iguais mesmo sendo diferentes!, de Marcos Ribeiro, Editora Moderna.
Dica para debate:
Após a exibição do vídeo, você pode realizar um debate com os(as) alunos(as): https://youtu.be/VbIc4GDpIkQ